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30 de junho de 2012


As devoções de Irmã Dulce

 A devoção a São Francisco de Assis


Irmã Dulce viveu a sua vida religiosa pautada na espiritualidade franciscana, tendo São Francisco de Assis como seu pai espiritual. Assim, com este santo ela aprendeu a viver uma vida de ascese e pobreza evangélica. Como seu pai espiritual, Anjo Bom era dotada de um grande espírito de sacrifício, jejuava três vezes na semana e fazia outras penitências. Tinha um amor especial pelo presépio, preparando tudo com muito carinho para o Natal do Senhor. Além disso, o amor e dedicação aos doentes nos faz lembrar a relação que o próprio são Francisco tinha com os leprosos, vendo neles o próprio Jesus. A Mãe dos Pobres sempre dizia que “ aquele que bate a nossa porta , em busca de conforto para a sua dor, para o seu sofrimento, é um outro Cristo que nos procura”. O leproso para o Pobre de Assis era o próprio Cristo crucificado, por isso, que no auge da sua conversão ele ao encontrar com um destes, beija as suas mãos como se estivesse beijando o próprio Cristo.

A devoção a Santo Antônio


A devoção que Irmã Dulce tinha por Santo Antônio começou bem antes de ela entrar na vida religiosa. Ainda criança, costumava conversar com o santo em casa, pedindo-lhe conselhos e ajuda. Ao longo de sua vida foram inúmeras as vezes que pôde comprovar sua “amizade”. Estando determinada noite o albergue Santo Antônio cheio de pacientes internados vieram as freiras do convento avisar a Irmã Dulce que não havia comida suficiente para todos. Preocupada, a religiosa dirigiu-se para a capela. Ali encontrou a imagem de Santo Antônio, com quem ela conversava desde moça. Então, começou a rezar pedindo ao santo para ajudá-la com aqueles pobrezinhos. Não se dando conta do tempo que passou ali na concentração da sua súplica, sentiu de repente a mão de uma confreira que tocando no seu ombro disse ao seu ouvido que tinha um telefonema para ela. Ao telefone uma senhora muito emocionada disse que sua filha se casaria naquela tarde, mas o noivo havia desistido do casamento e as bandejas de doces e salgados estavam lá sem ela saber o que podia fazer com toda aquela comida: - Posso mandar para os seus pobres? Irmã Dulce aceitou e prontamente agradeceu à senhora pelo bem que ela estava fazendo por aqueles doentes e disse que Santo Antonio abençoaria a filha dela concedendo-a um bom esposo para fazê-la feliz.
Olhando para a vida de Irmã Dulce podemos identificar algumas semelhanças com a vida de Santo Antônio. Mulher de profunda oração, de uma confiança inabalável na providência de Deus, sempre disponível a ajudar os pobres e uma missionária incansável que gostava de levar a palavra de Deus para os operários nas fábricas existentes na península itapagipana. Também sempre levava a palavra de Deus para os doentes do seu hospital e para os funcionários que trabalhavam com ela. Tudo isto foi colocado em relevo na vida de Santo Antônio: a oração, a ajuda aos pobres, a sua entrega e confiança nas mãos da providência de Deus e o seu ardor missionário.

A devoção a Santa Teresinha


A devoção a Santa Teresinha se inicia no momento em que ela entra para a vida religiosa. Ao iniciar a sua formação no Convento do Carmo, na cidade de São Cristóvão, Sergipe, Irmã Dulce, que ainda se chamava Maria Rita, entra em contato com a espiritualidade desta santa carmelita. Em uma carta escrita no período do seu noviciado à Madre Geral da sua congregação, ela expressa o seu interesse de seguir o caminho espiritual de Santa Teresinha, a chamada de pequena via, onde esta santa, doutora da Igreja, ensina que através dos pequenos gestos de amor podemos oferecer a Jesus grandes obras em prol do seu projeto de salvação. Diz a carta:
“Penso que só com o pequeno amor do meu pequenino coração, que ainda por mais amor que tenha, é pouco para um DEUS tão grande. A exemplo de Santa Teresinha, eu acho, que devem ser agradáveis ao Menino Jesus, todos os pequeninos atos de amor, por menores que sejam. Eu penso, que em todos os trabalhos que fizermos em todos os movimentos que praticarmos, podemos tirar proveito, para deles fazermos pequeninos atosinhos de amor” (carta escrita em 19 de março de 1933). 


Esta santa carmelita descobriu que não precisava sair do Carmelo para ser missionária e grande colaboradora do Reino de Deus, alcançando assim a santidade. Mas esta poderia ser alcançada a partir do momento em que a alma faz tudo por amor a Jesus, mesmo que sejam gestos e ações pequeninas. Para esta carmelita, padroeira das missões, tudo o que é feito com amor e ofertado por amor pode ser útil para conduzir as pessoas para Cristo.

Irmã Dulce descobriu isto desde o seu noviciado e fazia destes pequenos gestos de amor um meio de aprofundar a sua espiritualidade e a sua doação na vida religiosa. E quando olhamos para a vida da nossa Bem Aventurada Dulce compreendemos o quanto isto foi levado a sério por ela. A sua obra evangelizadora e missionária, que testemunhou o amor e a caridade do próprio Cristo aos seus irmãos mais pobres, começou com pequenos gestos de amor a Cristo e aos irmãos. Foi por amor que se arriscou arrombando a casa abandonada para abrigar o jovem jornaleiro doente; foi também por amor que realizou o pequeno gesto de acolher os doentes e os pobres no galinheiro do convento, iniciando, assim, as suas Obras Sociais;foi também por amor a Cristo e aos irmãos que atendia a todos, incansavelmente na porta do convento, especialmente os mais pobres que recorriam a ela pedindo-lhe ajuda para as suas necessidades.


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